A síncope, ou desmaio, é uma causa comum de perda transitória de consciência em crianças e adolescentes. A síncope neuromediada (SNM), especialmente a síncope vasovagal (SVV), é o tipo mais prevalente nessa faixa etária. A SVV ocorre devido a um aumento da atividade parassimpática, desencadeada por estímulos emocionais ou posturais, levando a uma interrupção temporária da circulação sanguínea. Identificar e tratar adequadamente a síncope é crucial para garantir a saúde e o bem-estar dos jovens.
Um estudo retrospectivo avaliou 455 pacientes pediátricos, com idades entre 8 e 21 anos, que apresentaram síncope em uma clínica de cardiologia entre 2005 e 2023. Pacientes com síncope cardíaca, epilepsia ou síndrome da taquicardia ortostática postural (POTS) foram excluídos. Os 283 pacientes restantes foram divididos em dois grupos: aqueles com SVV confirmada e aqueles com suspeita de SVV, mas sem diagnóstico conclusivo após a avaliação inicial, necessitando de um teste de inclinação (TTT). Os pesquisadores analisaram as características clínicas, métodos de diagnóstico e resultados do tratamento.
Os resultados indicaram que a SVV é um problema de saúde significativo em pacientes pediátricos. O teste de inclinação (TTT) se mostrou uma ferramenta diagnóstica eficaz para identificar pacientes de alto risco e é recomendado em casos apropriados, de acordo com as diretrizes. As modalidades terapêuticas disponíveis incluem modificações no estilo de vida, hidratação adequada e terapias farmacológicas. A recorrência da síncope foi significativamente maior no grupo TTT (54%) em comparação com o grupo diagnosticado clinicamente (15%). O risco de recaída foi fortemente associado ao subtipo de síncope, particularmente o tipo cardioinibitório 2B, e à frequência dos episódios. A terapia com betabloqueadores foi administrada seletivamente e demonstrou um risco reduzido de recaída em uma análise univariada. A identificação precisa do tipo de síncope e a implementação de estratégias de tratamento personalizadas são fundamentais para melhorar o prognóstico dos pacientes pediátricos com SVV. O estudo reforça a importância de uma abordagem abrangente para o diagnóstico e tratamento da síncope em crianças e adolescentes, visando refinar as metodologias terapêuticas e, consequentemente, melhorar o prognóstico do paciente.
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