A esteatose hepática, também conhecida como doença hepática gordurosa, é uma condição que afeta uma parcela significativa da população mundial e pode evoluir para quadros mais graves se não for devidamente tratada. Um estudo recente publicado na revista Arquivos de Gastroenterologia revelou uma alta prevalência de esteatose hepática identificada incidentalmente em exames de ultrassom realizados em pacientes submetidos à colecistectomia eletiva (remoção da vesícula biliar).
A pesquisa, conduzida no Hospital do Trabalhador em Curitiba, avaliou retrospectivamente dados de 355 pacientes operados entre 2018 e 2022. Os resultados indicaram que 29,01% desses pacientes apresentavam esteatose no ultrassom, um achado considerado incidental, já que o exame foi solicitado para avaliar a vesícula biliar e não especificamente o fígado. A presença de esteatose foi associada a fatores como idade mais avançada, sexo masculino, índice de massa corporal (IMC) elevado, obesidade, hipertensão, dislipidemia (colesterol e triglicerídeos altos) e níveis elevados de algumas enzimas hepáticas (transaminases).
O estudo também apontou para uma questão preocupante: a abordagem clínica da esteatose identificada incidentalmente foi considerada insuficiente. Em mais de 60% dos casos, nenhuma ação foi tomada em relação ao achado. Apenas uma pequena parcela dos pacientes recebeu orientações sobre mudanças no estilo de vida (6,80%) ou foi encaminhada para investigação adicional para determinar o estágio da doença (4,85%). Esse cenário demonstra a necessidade de maior atenção e melhoria no manejo da esteatose hepática, especialmente quando identificada em exames de rotina. A conscientização sobre os fatores de risco e a adoção de medidas preventivas, como uma dieta equilibrada e a prática regular de exercícios físicos, são fundamentais para a saúde do fígado e a prevenção de complicações futuras.
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