As desordens autossômicas recessivas associadas ao gene FREM1 englobam um espectro de condições raras, incluindo a síndrome de Manitoba oculotricoanal (MOTA), a síndrome de nariz bífido com ou sem anomalias anorretais e renais (BNAR), e anomalias congênitas isoladas do rim e do trato urinário (CAKUT). Cada uma dessas condições apresenta características clínicas distintas, embora compartilhem uma base genética comum.
A síndrome de MOTA se manifesta por uma linha capilar aberrante, frequentemente descrita como uma extensão em forma de cunha da linha do cabelo anterior, que se estende da região temporal até o olho do mesmo lado. Adicionalmente, podem ocorrer anomalias oculares, como olhos amplamente espaçados, anoftalmia/microftalmia (ausência ou diminuição do tamanho dos olhos), criptoftalmos (olho coberto por pele), colobomas (fendas) na pálpebra superior e sinequias corneopalpebrais (aderências entre a pálpebra e a córnea). Anomalias nasais, como nariz bífido ou largo, defeitos na parede abdominal (onfalocele ou hérnia umbilical) e problemas anais, como estenose (estreitamento) ou deslocamento anterior da abertura anal, também são características da síndrome. É importante notar que a gravidade dessas manifestações pode variar consideravelmente, mesmo entre membros afetados da mesma família. O desenvolvimento psicomotor e o crescimento, no entanto, costumam ser normais.
A síndrome de BNAR, por sua vez, é caracterizada por um nariz bífido ou com ponta alargada, anomalias anorretais e malformações renais, como agenesia renal (ausência de um ou ambos os rins) ou displasia renal (desenvolvimento anormal dos rins). Ao contrário da síndrome de MOTA, as manifestações oculares típicas geralmente estão ausentes nesta condição. Já as CAKUT relacionadas ao FREM1 foram identificadas em dois meninos da Macedônia, que apresentavam variantes patogênicas homozigóticas no gene FREM1. O diagnóstico dessas desordens genéticas recessivas é confirmado através de testes genéticos moleculares que identificam variantes patogênicas bialélicas no gene FREM1.
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