O delirium pós-operatório (DPO) é uma complicação aguda e transitória que se manifesta como uma encefalopatia, caracterizada por alterações na consciência, orientação, cognição, percepção e regulação emocional. Frequentemente, o quadro é acompanhado por alucinações, ilusões, agitação psicomotora e inquietação. Essa condição é particularmente comum em pacientes idosos submetidos a procedimentos neurocirúrgicos.
A ocorrência de DPO tem um impacto significativo na recuperação dos pacientes. Estudos mostram que o delirium prolonga o tempo de ventilação mecânica, a permanência em unidades de terapia intensiva neurocirúrgicas e a duração total da hospitalização. Além disso, o DPO afeta negativamente a qualidade de vida dos pacientes após a alta hospitalar, impactando sua capacidade funcional e cognitiva a longo prazo. Identificar os fatores de risco associados ao DPO, como idade avançada, histórico de doenças neurológicas ou cognitivas, e a complexidade da cirurgia, é crucial para implementar medidas preventivas.
Apesar de sua prevalência e impacto, o DPO frequentemente não é reconhecido ou é subdiagnosticado na prática clínica. Isso pode ocorrer devido à variedade de apresentações clínicas do delirium, à falta de conhecimento sobre os critérios diagnósticos ou à sobreposição com outras condições médicas. Uma avaliação cuidadosa e o uso de ferramentas de triagem validadas são essenciais para a detecção precoce do DPO, permitindo intervenções imediatas e personalizadas para mitigar seus efeitos negativos. A pesquisa contínua sobre os mecanismos subjacentes ao DPO e o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas são fundamentais para melhorar o prognóstico dos pacientes submetidos a neurocirurgia.
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