Crianças e adolescentes com autismo enfrentam um risco aumentado de desenvolver dificuldades de saúde mental, como ansiedade e depressão. No entanto, o acesso a serviços de saúde mental infantil e do adolescente (CAMHS, na sigla em inglês) muitas vezes é dificultado por uma série de barreiras. Um estudo recente explorou as experiências de pais e cuidadores ao buscar ajuda nesses serviços para seus filhos autistas, revelando desafios significativos e a necessidade urgente de melhorias.
A pesquisa, realizada no Reino Unido com a participação de 300 pais e cuidadores, utilizou uma abordagem mista, combinando dados quantitativos e qualitativos. Os resultados apontaram para lutas contínuas no acesso aos CAMHS, com relatos de falta de adaptações razoáveis e ofertas de terapias consideradas ineficazes ou inadequadas para as necessidades específicas de crianças autistas. Muitos pais relataram que a saúde mental de seus filhos não melhorou com o tratamento ou, em alguns casos, deteriorou-se a ponto de gerar crises. É importante notar que, apesar das dificuldades, houve reconhecimento de profissionais gentis e compassivos.
Os achados do estudo ressaltam a importância de uma abordagem mais neuro-inclusiva e personalizada nos serviços de saúde mental infantil e do adolescente. Isso significa que os profissionais precisam ter um melhor entendimento sobre autismo e suas comorbidades, oferecendo adaptações adequadas e terapias que realmente atendam às necessidades individuais de cada criança. Além disso, é crucial investir em mais pesquisa, financiamento e treinamento para garantir que o apoio seja acessível, oportuno e eficaz para jovens autistas. A conscientização e a quebra de estigmas também desempenham um papel fundamental na melhoria do acesso e da qualidade dos cuidados de saúde mental para essa população vulnerável.
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