Paralisia Cerebral: Avanços na Avaliação e Tratamento da Espasticidade

A paralisia cerebral (PC) é uma condição neurológica que afeta o movimento, o tônus muscular e a coordenação. Crianças com PC frequentemente experimentam espasticidade, um aumento anormal do tônus muscular que pode limitar a amplitude de movimento (ADM) e causar dor. Um estudo recente investigou as diferenças biomecânicas e clínicas no tônus muscular, rigidez, ADM e percepção da dor entre crianças com PC e seus pares em desenvolvimento típico, buscando aprimorar as estratégias de avaliação e tratamento.

A pesquisa envolveu a análise de 40 participantes, divididos em dois grupos: um com crianças diagnosticadas com PC e outro com crianças em desenvolvimento típico. Foram utilizadas ferramentas biomecânicas objetivas, como o Myoton PRO, para medir o tônus e a rigidez muscular dos membros inferiores. A ADM foi avaliada por meio de goniometria, e a percepção da dor foi medida utilizando a Escala Visual Analógica (EVA) durante o teste de Elevação da Perna Esticada (SLR). Os resultados revelaram que crianças com PC apresentaram redução significativa na ADM, especialmente na flexão do quadril, extensão do joelho e flexão do tornozelo, além de maior percepção de dor durante o teste SLR.

O estudo também identificou um aumento significativo na rigidez muscular dos músculos reto femoral e adutores no grupo com PC. Curiosamente, diferenças relacionadas ao sexo foram observadas, com os meninos apresentando valores mais elevados de tônus e rigidez muscular. A análise de correlação indicou que a rigidez dos músculos adutores estava associada à gravidade da PC. Esses achados reforçam a importância de intervenções terapêuticas direcionadas para melhorar a ADM, reduzir a dor e controlar a espasticidade em crianças com PC. A utilização de ferramentas biomecânicas objetivas pode auxiliar na avaliação das propriedades musculares em ambientes clínicos, contribuindo para o desenvolvimento de estratégias de gestão mais eficazes para as deficiências relacionadas à espasticidade. Este estudo destaca a necessidade de uma abordagem abrangente e individualizada no tratamento da paralisia cerebral, visando otimizar a função e a qualidade de vida das crianças afetadas.

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