Um estudo recente realizado na Alemanha, com dados coletados entre 2017 e 2022, revelou disparidades significativas no acesso a terapias modificadoras da doença (TMD) para pessoas com esclerose múltipla (EM). A pesquisa, que analisou dados de seguros de saúde de milhões de indivíduos, constatou que uma parcela considerável de pacientes com EM não recebe tratamento com TMD, levantando questões importantes sobre alocação de recursos e atendimento ao paciente.
Os resultados indicam que aproximadamente 45,6% dos indivíduos diagnosticados com EM não foram tratados com TMD durante o período analisado. Essa taxa de não tratamento foi particularmente alta em pacientes com formas progressivas da doença, como a esclerose múltipla secundária progressiva (EMSP) e a esclerose múltipla primária progressiva (EMPP), em comparação com a forma remitente-recorrente (EMRR). Além disso, o estudo apontou que pacientes mais velhos (acima de 45 anos) eram mais propensos a não receber tratamento com TMD em comparação com pacientes mais jovens. As diferenças regionais também foram notáveis, com variações nas taxas de não tratamento em diferentes partes da Alemanha.
Outro ponto preocupante destacado pelo estudo é o tempo decorrido até a primeira prescrição de TMD após o diagnóstico de EM. Mais da metade dos pacientes recém-diagnosticados não receberam sua primeira prescrição de TMD nos primeiros seis meses após o diagnóstico inicial. Esse atraso no início do tratamento foi mais prolongado em pacientes com formas progressivas da doença. A pesquisa também revelou que pacientes não tratados com TMD tendem a utilizar mais sessões de fisioterapia e realizar menos ressonâncias magnéticas em comparação com aqueles que recebem tratamento. Esses dados ressaltam a necessidade de aprimorar as estratégias de atendimento e garantir um acesso mais equitativo às terapias modificadoras da doença para todos os pacientes com esclerose múltipla.
Origem: Link