O desenvolvimento da linguagem Gestalt tem sido proposto como base teórica para intervenções que afirmam a neurodiversidade no autismo. No entanto, sua adoção ainda gera controvérsia, com críticos apontando para a escassez de pesquisas de alta qualidade que justifiquem seu uso. Essa rejeição se fundamenta em duas premissas que podem levar a decisões clínicas arriscadas.
A primeira premissa é que a evidência científica deve ser o único ou principal motor da prática baseada em evidências. A segunda é que intervenções apoiadas por pesquisa são inerentemente neurodiversidade-afirmativas. Uma análise mais profunda revela que a supervalorização da pesquisa, sem considerar a experiência clínica e as perspectivas autistas, pode atrasar o fornecimento de cuidados inclusivos e significativos. É crucial reconhecer que a experiência vivida por indivíduos autistas e o conhecimento clínico de profissionais experientes são fontes valiosas de informação que complementam a pesquisa científica.
Centrar as vozes autistas é fundamental tanto para a prática que afirma a neurodiversidade quanto para a tomada de decisões baseadas em evidências. Um modelo mais equilibrado de prática baseada em evidências é necessário, que avalie as intervenções emergentes não apenas por sua base de pesquisa, mas também por seu alinhamento com os valores autistas e seu impacto na prática clínica. Enquanto a pesquisa sobre o desenvolvimento da linguagem Gestalt continua a crescer, as experiências do mundo real de pessoas autistas e suas famílias oferecem *insights* valiosos sobre o que funciona e por que é importante, guiando para um suporte mais eficaz e responsivo.
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