Recentes pesquisas têm apontado para o envolvimento da micróglia e dos oligodendrócitos na fisiopatologia do autismo. Essas células, antes vistas apenas como coadjuvantes, estão se mostrando peças-chave no intrincado quebra-cabeça do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A micróglia, o principal tipo de célula imune do cérebro, desempenha um papel fundamental na poda sináptica, um processo essencial para o desenvolvimento neural saudável. Em indivíduos com autismo, disfunções na micróglia podem levar a uma poda sináptica inadequada, resultando em conexões neuronais atípicas. Paralelamente, os oligodendrócitos são responsáveis pela produção de mielina, a capa protetora que isola os axônios dos neurônios, permitindo a transmissão rápida e eficiente de impulsos nervosos. Alterações na função dos oligodendrócitos, e consequentemente na mielinização, também têm sido observadas em estudos sobre autismo.
Um estudo publicado no periódico Cerebral Cortex explora a complexa interação entre a micróglia e os oligodendrócitos no contexto do autismo, levantando a hipótese de que a micróglia disfuncional pode impactar negativamente o desenvolvimento da mielina. Compreender melhor essa relação pode abrir novas avenidas para o desenvolvimento de terapias mais eficazes, visando atenuar os fenótipos associados ao autismo. Investigações futuras focadas no papel dessas células cerebrais poderão trazer luz sobre a patogênese do autismo e, eventualmente, contribuir para a melhora da qualidade de vida de indivíduos afetados.
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