A matéria branca, que corresponde a aproximadamente metade do volume cerebral humano, desempenha um papel vital na comunicação eficiente entre os neurônios. Essa região cerebral, composta por axônios mielinizados, é fundamental para diversas funções, incluindo a cognição social, a sensação, a memória, o controle motor e a integração de informações entre diferentes áreas do córtex. O desenvolvimento saudável da matéria branca depende da interação complexa entre diferentes tipos de células, com destaque para os oligodendrócitos e a microglia.
A microglia, as células imunes residentes no cérebro, regulam a oligodendrogênese através de processos como a fagocitose e a sinalização molecular, incluindo a liberação de citocinas. Essas substâncias químicas podem tanto promover quanto inibir diferentes estágios de maturação das células da linhagem dos oligodendrócitos. A ativação imune materna (MIA) é reconhecida como um fator de risco para distúrbios do neurodesenvolvimento, especialmente o transtorno do espectro autista (TEA). Indivíduos com TEA frequentemente apresentam anormalidades na matéria branca e desregulação do sistema imunológico.
Estudos recentes sugerem que a MIA pode reduzir a reatividade da microglia e alterar a liberação de citocinas em seus descendentes, o que potencialmente perturba o delicado equilíbrio necessário para o desenvolvimento adequado da matéria branca. Compreender essa intrincada relação entre oligodendrócitos, microglia, inflamação e o desenvolvimento da matéria branca no contexto da MIA oferece *insights* valiosos sobre a etiologia e os sintomas do TEA, abrindo caminhos para possíveis alvos terapêuticos. O estudo da microglia e seu papel na saúde cerebral se torna cada vez mais relevante para compreendermos melhor o funcionamento do cérebro e suas possíveis disfunções.
Origem: Link