A neuropatia periférica induzida por quimioterapia (CIPN) é um efeito colateral comum e debilitante do tratamento do câncer, afetando significativamente a qualidade de vida de muitos pacientes. Estimativas apontam que até dois terços dos pacientes submetidos à quimioterapia neurotóxica desenvolvem CIPN, e em uma parcela considerável, os sintomas persistem por meses ou até anos após o término do tratamento.
Um estudo promissor está explorando uma nova abordagem para o tratamento da CIPN persistente: um programa de reabilitação virtual baseado em exercícios, denominado EX-CIPN. Essa intervenção inovadora, focada na viabilidade, aceitabilidade e segurança, visa oferecer aos sobreviventes de câncer uma maneira eficaz e acessível de gerenciar seus sintomas. O programa consiste em um plano de exercícios individualizado, realizado em casa, com o suporte de um aplicativo móvel (Physitrack), tecnologia vestível (FitBit) e acompanhamento virtual semanal com um especialista em exercícios oncológicos.
O estudo de fase I, conduzido no Princess Margaret Cancer Centre, recrutará 40 pacientes com CIPN persistente por pelo menos seis meses após a conclusão da quimioterapia. Os resultados preliminares deste estudo, que avalia taxas de adesão e a ocorrência de eventos adversos, serão cruciais para planejar um ensaio clínico de fase II mais amplo. A expectativa é que o programa EX-CIPN demonstre ser uma ferramenta valiosa para melhorar a função, reduzir a dor e promover o bem-estar geral de pacientes que enfrentam os desafios da CIPN persistente após o tratamento do câncer, oferecendo uma alternativa acessível e personalizada para a reabilitação.
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