Nosso cérebro está constantemente fazendo estimativas temporais, espaciais e numéricas, e é capaz de monitorar a precisão dessas estimativas. Estudos anteriores já demonstraram que participantes humanos conseguem acompanhar a magnitude e a direção de seus erros em tarefas de tempo, espaço e número, um processo conhecido como “monitoramento de erro métrico”. No entanto, uma nova pesquisa explora como essa capacidade se estende à percepção da simultaneidade, ou seja, a nossa capacidade de perceber eventos ocorrendo ao mesmo tempo.
O estudo investigou se as pessoas conseguem monitorar erros em sua percepção da simultaneidade, mesmo quando a informação temporal não é processada de forma explícita. Para isso, os pesquisadores utilizaram uma tarefa de julgamento de ordem temporal (TOJ), onde os participantes precisavam identificar qual de dois estímulos consecutivos (apresentados em lados diferentes da tela) aparecia primeiro. Além de indicar a ordem, eles também avaliavam a sua confiança na resposta.
Os resultados revelaram que os participantes conseguiam monitorar seus erros na percepção da simultaneidade, mas de forma assimétrica. A confiança em julgamentos corretos aumentava e a confiança em julgamentos incorretos diminuía à medida que o intervalo entre os estímulos (SOA) se tornava maior. Uma análise mais detalhada mostrou que esse monitoramento de erros era mais eficiente para estímulos apresentados primeiro à esquerda ou na parte inferior da tela, sugerindo uma associação metacognitiva entre espaço, tempo e códigos de resposta, um fenômeno conhecido como efeito STEARC (Spatial-Temporal Association of Response Codes). Essa pesquisa oferece novos insights sobre os mecanismos cerebrais envolvidos na percepção do tempo e na nossa capacidade de monitorar a precisão de nossos julgamentos temporais.
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