A Síndrome do X Frágil (SXF) é uma condição neurodesenvolvimental causada pela expansão de uma repetição CGG no gene FMR1. Indivíduos saudáveis possuem entre 30 e 55 repetições CGG, mas quando esse número ultrapassa 200, ocorre a metilação do loco gênico. Essa metilação silencia o gene FMR1, impedindo a produção da proteína FMRP, essencial para o desenvolvimento neurológico. A ausência de FMRP está associada a atrasos no desenvolvimento e transtorno do espectro autista. No entanto, o que exatamente desencadeia a metilação do FMR1 em casos de expansão CGG ainda é um mistério.
Uma pesquisa recente investigou indivíduos raros com expansões completas de CGG no FMR1 que, surpreendentemente, não apresentavam metilação. Ao comparar o perfil transcritômico dessas pessoas com indivíduos saudáveis e pacientes com SXF, os cientistas identificaram que o gene TET3, envolvido na modificação epigenética do DNA, estava significativamente menos ativo nos portadores da mutação completa não metilada. A análise genômica revelou variantes raras no loco TET3 nesses indivíduos, sugerindo uma possível ligação entre a atividade do TET3 e a metilação do FMR1.
Embora mais estudos sejam necessários para confirmar essa relação, a descoberta de que o TET3 pode influenciar a metilação do FMR1 abre novas e promissoras avenidas para a pesquisa da Síndrome do X Frágil. Entender os mecanismos que regulam a metilação do FMR1 poderia levar ao desenvolvimento de novas terapias para prevenir ou tratar os sintomas da SXF, oferecendo esperança para indivíduos afetados e suas famílias. O papel do TET3, com sua capacidade de interagir diretamente com as repetições CGG, torna-o um forte candidato para exploração futura na busca por tratamentos eficazes.
Origem: Link