A apneia obstrutiva do sono (AOS), um distúrbio comum caracterizado por pausas repetidas na respiração durante o sono, tem sido associada a um risco aumentado de diversas complicações de saúde, incluindo o câncer. Uma nova pesquisa investiga a ligação entre a AOS e o risco de mortalidade por câncer de pulmão e melanoma, identificando biomarcadores promissores que podem ajudar a identificar pacientes com maior risco.
O estudo, publicado na revista Archivos de Bronconeumologia, analisou amostras de sangue de pacientes com AOS e avaliou os níveis de duas proteínas específicas: Galectina-9 solúvel (sGalectina-9) e TIM-3 solúvel (sTIM-3). Estas proteínas atuam como pontos de controle imunológico, regulando a resposta do sistema imunológico. Os pesquisadores descobriram que pacientes com AOS grave e diagnóstico de melanoma ou câncer de pulmão apresentavam níveis elevados de sGalectina-9 e sTIM-3, associados à agressividade tumoral e maior risco de mortalidade. A pesquisa também aponta que a hipóxia intermitente, característica da apneia do sono, pode impulsionar a expressão desses biomarcadores, suprimindo a proliferação de células T e aumentando a inflamação.
Esses resultados sugerem que a sGalectina-9 e a sTIM-3 podem servir como biomarcadores prognósticos para pacientes com AOS que também sofrem de melanoma ou câncer de pulmão. A identificação desses biomarcadores abre caminho para estratégias de tratamento mais personalizadas e uma melhor estratificação de risco. Mais pesquisas são necessárias para validar esses achados e entender completamente o papel da AOS no desenvolvimento e progressão do câncer, mas este estudo representa um avanço significativo na compreensão da complexa relação entre o sono, o sistema imunológico e o câncer, oferecendo esperança para novas abordagens terapêuticas no futuro.
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