O hikikomori, caracterizado por um isolamento social severo que se estende por mais de seis meses, acompanhado de prejuízo funcional significativo, tem se mostrado uma condição clínica cada vez mais presente em diversos países, além do Japão, onde foi originalmente descrito. Este fenômeno, cuja prevalência varia de 1,1% a 6,7%, afeta principalmente adolescentes e jovens adultos, representando um desafio crescente para famílias e para a sociedade.
Uma área de investigação promissora explora a possível associação entre o hikikomori e o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ambas as condições compartilham características notáveis, o que sugere uma sobreposição em seus mecanismos subjacentes. Estudos de neuroimagem funcional revelaram alterações em regiões cerebrais relacionadas ao funcionamento social tanto em indivíduos com hikikomori quanto em pessoas com TEA. Essa convergência levanta questões importantes sobre a natureza da relação entre as duas condições.
Ainda não existem tratamentos específicos aprovados para o hikikomori em pacientes com TEA. A compreensão aprofundada da ligação entre essas duas condições, incluindo seus limites e possíveis áreas de sobreposição, é crucial para o desenvolvimento de intervenções terapêuticas eficazes. Estudos futuros são essenciais para desvendar os mecanismos neurais e comportamentais que contribuem para essa comorbidade, oferecendo novas perspectivas para o tratamento e o suporte a indivíduos afetados.
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