Estimulação Não Invasiva do Cerebelo: Novas Perspectivas para o Tratamento de Problemas Sociais e Emocionais em Crianças e Adolescentes

O cerebelo, tradicionalmente associado ao controle motor, tem se revelado um ator importante nas habilidades socioafetivas. Estudos recentes apontam que a disfunção cerebelar pode afetar a cognição social e o comportamento emocional. Uma nova abordagem terapêutica, a neuroestimulação cerebelar não invasiva, surge como uma promessa para modular as redes de cognição social, oferecendo benefícios potenciais para crianças e adolescentes com autismo, TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) e transtornos de humor.

Apesar do potencial, a aplicação da estimulação cerebelar não invasiva em pacientes pediátricos ainda é um campo em grande parte inexplorado. As técnicas mais estudadas são a estimulação magnética transcraniana (TMS) e a estimulação transcraniana por corrente contínua (tDCS). Ambas as técnicas buscam modular a atividade cerebral, mas de formas diferentes. A TMS utiliza pulsos magnéticos para estimular ou inibir regiões específicas do cérebro, enquanto a tDCS aplica uma corrente elétrica fraca para modular a excitabilidade neuronal. Os estudos iniciais em crianças e adolescentes são promissores, sugerindo que a estimulação cerebelar pode ser viável e eficaz.

No entanto, é crucial considerar os aspectos éticos e os desafios técnicos inerentes à neuroanatomia pediátrica e à definição dos parâmetros de estimulação. A resposta do cérebro em desenvolvimento à estimulação pode ser diferente da observada em adultos, exigindo protocolos específicos e monitoramento cuidadoso. Embora os resultados preliminares sejam animadores, são necessários ensaios clínicos mais amplos e estudos neurofisiológicos detalhados para otimizar os protocolos, confirmar a eficácia a longo prazo e garantir a segurança da técnica. Aprofundar nossa compreensão do papel do cerebelo nas funções socioafetivas pode abrir caminho para estratégias de reabilitação inovadoras para transtornos do neurodesenvolvimento.

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