Um estudo recente investigou as diferenças na atividade cerebral entre crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e crianças com desenvolvimento típico, especificamente em relação à percepção de rostos e ao fenômeno da pareidolia facial (quando o cérebro identifica rostos em objetos inanimados). O TEA é caracterizado por uma variedade de desafios em áreas como cognição, sensório-motor, emoções, linguagem e interação social, impactando significativamente o dia a dia e as relações interpessoais.
A pesquisa, publicada na revista Medicina (Kaunas), utilizou eletroencefalografia (EEG) para registrar a atividade elétrica cerebral de dez crianças com desenvolvimento típico e onze crianças com TEA, com idades variando entre 6 e 16 anos. Os participantes foram expostos a imagens de rostos e imagens que evocavam pareidolia facial. Os pesquisadores analisaram as ondas cerebrais nas faixas de frequência delta (0,5-4 Hz) e theta (4-6 Hz) durante o processamento dessas imagens, observando que as crianças com TEA apresentaram amplitudes menores e latência (tempo de resposta) mais prolongada nessas faixas de frequência, particularmente ao processar estímulos de pareidolia facial.
Os resultados sugerem que, embora crianças com TEA possam enfrentar dificuldades no reconhecimento facial, elas ainda possuem habilidades perceptivas que podem ser exploradas em intervenções terapêuticas. O estudo aponta para o potencial do paradigma da pareidolia facial como uma ferramenta para aprimorar a atenção social e as habilidades de interação em crianças com TEA. Apesar do tamanho limitado da amostra, esta pesquisa oferece uma base valiosa para futuras investigações, com o objetivo de confirmar e generalizar esses achados através da ampliação do número de participantes.
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