Poluição e Falta de Áreas Verdes: Impactos no Autismo em Crianças

Um estudo recente investigou a influência da poluição do ar, especificamente partículas finas (PM2.5), e da falta de áreas verdes no desenvolvimento de sintomas do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças nos seus dois primeiros anos de vida. A pesquisa buscou entender como esses fatores ambientais, agindo isoladamente ou em conjunto, podem afetar o surgimento e a intensidade dos sintomas do autismo.

O estudo acompanhou 108 crianças diagnosticadas com TEA e analisou os níveis de PM2.5 e a quantidade de vegetação (medida pelo Índice de Vegetação por Diferença Normalizada – NDVI) nas áreas onde as crianças viviam durante seus primeiros dois anos. Os sintomas do TEA foram avaliados utilizando o Autism Behavior Checklist (ABC), que analisa diferentes aspectos do comportamento, como interação social, linguagem, comportamentos repetitivos e sensibilidade sensorial. Os pesquisadores identificaram períodos críticos de exposição, como os primeiros seis meses, de 7 a 12 meses, de 13 a 18 meses e de 19 a 24 meses, além do primeiro e segundo ano de vida.

Os resultados indicaram que a exposição à vegetação entre 19 e 24 meses de idade estava associada a uma redução nos sintomas relacionados à interação social e independência social. Em contrapartida, a exposição a altos níveis de PM2.5 entre 13 e 18 meses aumentou os comportamentos repetitivos. A combinação de alta poluição e pouca vegetação nesse mesmo período elevou o risco de maior severidade geral dos sintomas do autismo. Surpreendentemente, o estudo também apontou que o contato com áreas verdes nos primeiros seis meses de vida pode ajudar a mitigar os efeitos negativos da poluição em fases posteriores. Esses achados reforçam a importância de políticas públicas que visem a redução da poluição do ar e o aumento de espaços verdes, especialmente em áreas urbanas, para proteger a saúde e o desenvolvimento infantil. A necessidade de se investir em ambientes mais saudáveis para as crianças, desde os primeiros meses de vida, é fundamental para minimizar o impacto de fatores ambientais no desenvolvimento do TEA.

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