Tumores cerebrais primários em crianças representam um desafio terapêutico significativo devido à sua agressividade e ao ambiente crítico do cérebro em desenvolvimento. As modalidades tradicionais de tratamento, como cirurgia, quimioterapia e radioterapia, muitas vezes apresentam sucesso limitado em gliomas de alto grau e tumores embrionários. Diante desse cenário, novas abordagens terapêuticas são constantemente investigadas.
Uma dessas abordagens promissoras são os campos de tratamento tumoral (TTfields), uma terapia não invasiva que utiliza campos elétricos alternados para interromper a divisão celular tumoral. Acredita-se que os TTfields atuem seletivamente nas células tumorais em divisão, poupando as células saudáveis que não estão se dividindo. Essa terapia tem demonstrado potencial para causar disrupção mitótica, danos ao DNA e modulação do microambiente tumoral.
Embora a terapia com TTfields já tenha sido aprovada para o tratamento de glioblastoma e outros tipos de câncer, sua aplicação em tumores cerebrais pediátricos ainda está sob investigação. Estudos pré-clínicos têm revelado o potencial dos TTfields em modelos de meduloblastoma e ependimoma, enquanto dados observacionais sugerem sua segurança e viabilidade em crianças. Pesquisas atuais estão focadas em otimizar a eficácia dos TTfields por meio de tecnologias avançadas, como arrays de alta intensidade, remodelação do crânio e integração com imunoterapias, como inibidores de checkpoint imunológico. Terapias inovadoras baseadas em dispositivos, como tecnologias baseadas em campos magnéticos, também estão expandindo as possibilidades de tratamento. À medida que os ensaios clínicos avançam, os TTfields e modalidades relacionadas oferecem esperança para atender às necessidades não atendidas na neuro-oncologia pediátrica, especialmente para tumores em locais de difícil acesso. Direções futuras incluem a identificação de biomarcadores, protocolos personalizados e combinações terapêuticas inovadoras para melhorar os resultados no tratamento de tumores cerebrais pediátricos.
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