Um estudo dinamarquês recente revelou disparidades significativas na saúde mental e física entre pessoas transgênero e cisgênero. A pesquisa, publicada no JAMA Network Open, acompanhou uma coorte de indivíduos transgênero e um grupo de controle cisgênero, analisando diagnósticos de saúde e uso de medicamentos ao longo de um período de mais de duas décadas.
Os resultados indicaram que pessoas transgênero apresentam um risco substancialmente maior de desenvolver condições de saúde mental, como transtornos neuróticos, relacionados ao estresse, do desenvolvimento (incluindo autismo), de humor (afetivos) e comportamentais. Além disso, o estudo identificou diferenças notáveis na prevalência de certas condições somáticas (físicas) entre pessoas transmasculinas e transfemininas em comparação com seus respectivos grupos de controle cisgênero. Por exemplo, homens trans (transmasculinos) apresentaram maiores chances de diagnóstico de diabetes, asma, lesões, envenenamento e dor crônica, enquanto mulheres trans (transfemininas) mostraram maior incidência de infecções, anemia, diabetes, apneia do sono e dor.
O estudo também destacou o uso mais frequente de medicamentos psicofarmacológicos, antiácidos e laxantes entre pessoas transgênero em comparação com indivíduos cisgênero. A coexistência de problemas de saúde mental e física, juntamente com o uso associado de medicamentos, sugere uma complexa interação de fatores que afetam o bem-estar dessa população. Os autores do estudo enfatizam que esses achados reforçam a necessidade de considerar a saúde mental e física como partes integrantes do cuidado abrangente de pessoas transgênero, possivelmente relacionadas ao estresse decorrente da discriminação e marginalização enfrentadas por minorias de gênero e orientação sexual.
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