A ressurgência comportamental é um fenômeno que descreve o reaparecimento de um comportamento que havia sido reduzido ou eliminado, geralmente após a diminuição da eficácia de reforços para comportamentos alternativos. Em termos simples, é como se um hábito antigo voltasse a surgir quando a nova rotina não oferece mais a mesma recompensa. Compreender esse processo é crucial para diversas áreas da saúde, especialmente em intervenções comportamentais e no tratamento de dependências.
Um estudo recente investigou como as propriedades discriminativas dos reforçadores influenciam a ressurgência. A pesquisa, conduzida com um jovem com autismo e deficiência intelectual, utilizou uma preparação operante humana para examinar o fenômeno. Os experimentos envolveram diferentes fases, manipulando os reforçadores associados a comportamentos-alvo e alternativos. Os resultados mostraram que, embora a entrega não contingente de ambos os reforçadores (tanto o original quanto o do comportamento alternativo) atenuasse a ressurgência em comparação com a extinção, a magnitude da ressurgência foi ligeiramente maior quando o reforçador do comportamento alternativo era entregue.
Esses achados sugerem que o contexto em que os reforçadores são apresentados desempenha um papel importante na modulação da ressurgência. A pesquisa contribui para a compreensão dos mecanismos subjacentes à recaída em tratamentos comportamentais e pode auxiliar no desenvolvimento de estratégias mais eficazes para prevenir a recorrência de comportamentos indesejados. As implicações práticas são vastas, desde a criação de ambientes terapêuticos mais estáveis até o aprimoramento de intervenções personalizadas para indivíduos com necessidades específicas. Estudos futuros poderão explorar ainda mais a influência de diferentes variáveis contextuais na ressurgência, visando a otimização de abordagens comportamentais no campo da saúde.
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