Você já se perguntou como o simples ato de caminhar pode influenciar sua capacidade de tomar decisões? Um estudo recente investigou os efeitos da realização simultânea de tarefas (os chamados efeitos de dupla tarefa, ou DTEs) na capacidade de controle inibitório e tomada de decisões sob risco. Essa pesquisa explora a interação entre funções motoras e cognitivas, um campo de estudo importante devido ao impacto potencial no nosso dia a dia.
O estudo envolveu participantes saudáveis que realizaram tarefas cognitivas, como um teste de ‘stop-signal’ (que avalia o controle inibitório) e jogos de azar (para avaliar a aversão à perda e ao risco), tanto sentados quanto caminhando em diferentes velocidades em uma esteira. Os resultados mostraram que a realização de tarefas cognitivas enquanto se caminha impacta o desempenho, embora com grande variabilidade individual. Surpreendentemente, a velocidade da caminhada não pareceu afetar significativamente o desempenho nas tarefas cognitivas. Isso sugere que o cérebro pode estar priorizando a tarefa cognitiva em detrimento da tarefa motora (caminhada) em algumas situações.
As análises posturais, avaliadas através da cadência, comprimento do ciclo da marcha e fase de apoio, confirmaram estratégias de priorização cognitiva em indivíduos saudáveis. Os pesquisadores enfatizam a necessidade de investigar mais a fundo essas estratégias de priorização, especialmente quando tarefas que envolvem funções cognitivas superiores são realizadas simultaneamente com tarefas motoras, tanto em indivíduos saudáveis quanto em pacientes com condições neurológicas. O objetivo final é desenvolver protocolos de treinamento e reabilitação mais eficazes, que considerem a complexa interação entre corpo e mente durante a realização de múltiplas tarefas. Entender essa dinâmica pode ser crucial para melhorar a qualidade de vida e a capacidade funcional de indivíduos em diversas situações cotidianas.
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