Um estudo recente investigou o impacto de uma intervenção simples, focada em estímulos externos, na melhoria da estabilidade da marcha e no comportamento da busca visual em idosos. A pesquisa buscou alternativas para mitigar os efeitos negativos do processamento consciente do movimento, que podem afetar a mobilidade e aumentar o risco de quedas nessa população.
No estudo, 112 idosos foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um grupo experimental (EXT), que recebeu treinamento com foco externo, e um grupo controle (CON). Durante a fase de treinamento, o grupo EXT concentrou-se em números exibidos em monitores colocados nos seus destinos de percurso, enquanto o grupo CON caminhou naturalmente, sem instruções específicas. Avaliações da marcha e da busca visual foram realizadas antes, imediatamente após e em um período de retenção após a intervenção. Os resultados mostraram que o grupo EXT apresentou uma redução significativa na oscilação do corpo e na variabilidade dos parâmetros espaciais e temporais da marcha, além de um aumento na velocidade da marcha. Adicionalmente, o grupo EXT demonstrou uma diminuição no número de fixações visuais no chão e um aumento na duração da fixação no destino, sugerindo uma melhoria no planejamento antecipado dos movimentos.
Esses achados indicam que a prática com uma estratégia de foco externo pode ser uma abordagem psicomotora complementar eficaz em ambientes clínicos para aprimorar o desempenho visuomotor em idosos. A capacidade de melhorar a estabilidade da marcha e otimizar a busca visual pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e na independência funcional dessa população, reduzindo o risco de quedas e promovendo um envelhecimento mais ativo e saudável. A pesquisa abre novas perspectivas para o desenvolvimento de intervenções que visam aprimorar a mobilidade e a segurança dos idosos, utilizando abordagens simples e de baixo custo.
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