A relação entre diabetes tipo 2 e declínio cognitivo em idosos tem se mostrado cada vez mais relevante. Um estudo recente investigou como funções cognitivas específicas, como a função executiva e a velocidade psicomotora, influenciam o comportamento de autocuidado em pacientes com diabetes tipo 2 e comprometimento cognitivo leve (CCL).
A pesquisa, realizada com 272 idosos com diabetes em Taiwan, revelou que aqueles com CCL apresentaram pontuações significativamente mais baixas em atividades de prevenção e tratamento de episódios de hiperglicemia e hipoglicemia. Além disso, após ajustes para outros fatores, a piora na função executiva foi associada a comportamentos de autocuidado menos eficazes e à redução da prática de exercícios físicos. A diminuição da velocidade psicomotora, por sua vez, mostrou-se relacionada a cuidados inadequados com os pés, um aspecto crucial na prevenção de complicações diabéticas.
Esses resultados destacam a importância de avaliar a função cognitiva em idosos com diabetes tipo 2. Intervenções que visem melhorar a função executiva e a velocidade psicomotora podem ser benéficas para promover o autocuidado e, consequentemente, melhorar o controle glicêmico e prevenir complicações a longo prazo. É fundamental que profissionais de saúde considerem a saúde mental ao planejar o tratamento de pacientes idosos com diabetes, adaptando as estratégias de autocuidado às necessidades individuais de cada um. Mais estudos longitudinais são necessários para entender melhor a relação causal entre CCL e comportamentos de autocuidado no diabetes.
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