A diabetes gestacional (DMG), condição que afeta algumas mulheres durante a gravidez, tem sido associada a diversas questões de saúde infantil, como o autismo e o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Um estudo recente investigou o impacto da DMG em outros aspectos do desenvolvimento neurológico de bebês prematuros, focando nas habilidades motoras e de linguagem.
A pesquisa, realizada com 205 bebês nascidos prematuros tardios (entre janeiro de 2022 e junho de 2023 na China), acompanhou o desenvolvimento neurológico desses bebês até os 12 meses de idade corrigida. Os bebês foram divididos em dois grupos: aqueles cujas mães tiveram DMG e aqueles cujas mães não tiveram a condição. O desenvolvimento foi avaliado utilizando as Escalas de Desenvolvimento de Gesell (GDS) aos 3, 6 e 12 meses.
Os resultados mostraram que, aos 3 e 6 meses de idade corrigida, não houve diferenças significativas no desenvolvimento motor (grosso e fino), adaptabilidade, linguagem e resposta socioemocional entre os dois grupos. No entanto, aos 12 meses, o grupo cujas mães tiveram DMG apresentou pontuações significativamente menores nas funções motoras grossas e finas. Curiosamente, a taxa de anormalidades na linguagem foi significativamente menor nesse grupo. Esses achados sugerem que a DMG materna pode ter um impacto negativo no desenvolvimento motor e de linguagem de bebês prematuros tardios aos 12 meses de idade corrigida. Embora a causa exata para essa melhora na linguagem não esteja clara, os resultados apontam para a importância do acompanhamento e intervenção precoces para o desenvolvimento neurológico infantil, especialmente em bebês cujas mães tiveram diabetes gestacional. Estudos futuros deverão investigar os mecanismos subjacentes a essas associações e os impactos a longo prazo no neurodesenvolvimento.
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