Um estudo populacional abrangente realizado na Noruega revelou uma associação significativa entre o comprimento do cordão umbilical e o desenvolvimento de distúrbios do neurodesenvolvimento (DND). A pesquisa, que acompanhou mais de 850 mil nascimentos entre 1999 e 2013, sugere que o desenvolvimento do cordão umbilical e o neurodesenvolvimento compartilham vias comuns, abrindo novas perspectivas para a compreensão e prevenção desses distúrbios.
Os pesquisadores analisaram dados do Registro Médico de Nascimentos da Noruega, cruzando informações sobre o comprimento do cordão umbilical com a incidência de diversos DND, como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno do Espectro Autista (TEA), deficiência intelectual, paralisia cerebral, epilepsia, deficiência visual e auditiva. Os resultados indicaram que comprimentos de cordão umbilical considerados extremos (curtos ou longos) estavam associados a um risco aumentado de determinados distúrbios. Por exemplo, um cordão umbilical mais longo mostrou uma correlação positiva com o TDAH, enquanto um cordão mais curto foi associado à deficiência intelectual, problemas de audição e epilepsia. Curiosamente, tanto cordões curtos quanto longos apresentaram ligação com a paralisia cerebral.
Essas descobertas lançam luz sobre a importância do ambiente fetal no desenvolvimento neurológico. Embora a pesquisa não estabeleça uma relação causal direta, os resultados sugerem que fatores que afetam o desenvolvimento do cordão umbilical também podem influenciar o desenvolvimento do cérebro. A identificação dessas associações pode levar a estratégias de intervenção precoce e prevenção, visando otimizar a saúde fetal e reduzir o risco de DND. É importante ressaltar que mais pesquisas são necessárias para confirmar esses achados e elucidar os mecanismos biológicos subjacentes. O estudo destaca a complexidade do desenvolvimento humano e a interconexão entre diferentes sistemas biológicos.
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