Crianças que sobrevivem ao câncer, particularmente à leucemia linfoblástica aguda e tumores da fossa craniana posterior, podem enfrentar desafios persistentes nas funções visuomotoras e cognitivas. Um estudo recente investigou a extensão desses déficits e sua relação com o desempenho acadêmico, buscando identificar estratégias de reabilitação mais eficazes.
A pesquisa envolveu 210 participantes com idades entre 7 e 17 anos, divididos em três grupos: sobreviventes de tumores da fossa posterior, sobreviventes de leucemia linfoblástica aguda e um grupo de controle saudável. Os participantes foram avaliados quanto à integração visuomotora, coordenação motora, percepção visual, memória de trabalho, atenção e planejamento. Os resultados revelaram que a disfunção motora é significativamente mais pronunciada do que o comprometimento cognitivo nos dois grupos de sobreviventes de câncer. As funções visuomotoras apresentaram um efeito de 25 a 30%, enquanto as funções cognitivas mostraram um efeito de apenas 5 a 7%.
Além disso, o estudo identificou uma associação significativa entre distúrbios da função visuomotora e memória de trabalho. A idade e as funções visuomotoras foram consideradas preditores significativos da atenção e da memória de trabalho. Esses achados enfatizam a importância de intervenções direcionadas para melhorar as habilidades visuomotoras em sobreviventes de câncer pediátrico, visando otimizar o desempenho cognitivo e acadêmico. A reabilitação específica focada nessas áreas pode trazer benefícios significativos para a qualidade de vida e o sucesso a longo prazo desses jovens pacientes. A identificação precoce e o tratamento adequado são cruciais para minimizar o impacto desses déficits e promover o desenvolvimento saudável. A pesquisa continua a evoluir para fornecer abordagens mais personalizadas e eficazes.
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