“Padrões Alimentares Infantis, Ganho de Peso Excessivo e Risco de Obesidade”

Um estudo de coorte realizado no sul do Brasil investigou a relação entre padrões alimentares na infância, ganho de peso excessivo e o risco de obesidade. O estudo acompanhou 715 pares mãe-filho, realizando entrevistas domiciliares aos seis meses, doze meses, três anos e seis anos de idade. O ganho de peso excessivo foi definido como uma variação no escore z do índice de massa corporal para a idade (IMC-para-idade) maior que 0,67. Foram utilizados dois registros de 24 horas para determinar os padrões alimentares por meio de análise fatorial exploratória, e a influência destes padrões no ganho de peso excessivo foi avaliada por meio de regressões logísticas utilizando Equações de Estimação Generalizadas.

Os resultados indicaram que o período crítico para o ganho excessivo de peso ocorreu entre seis e doze meses de idade (46,5% de variação do IMC > 0,67; n=228; p≤0,001). Os padrões alimentares aos seis meses associados a esse ganho excessivo foram: adição de leite de vaca em papinhas de cereais e adição de açúcar (risco relativo – RR 1,43; intervalo de confiança de 95% – IC95% 1,15-1,79; p≤0,001 e RR 1,59; IC95% 1,28-1,97, p≤0,001); consumo de suco de frutas e sobremesas cremosas (RR 1,39; IC95% 1,08-1,33; p≤0,001) e bebidas açucaradas (RR 1,19; IC95% 1,02-1,38; p=0,024). Concluiu-se que o segundo semestre de vida foi o período mais crítico para o ganho de peso excessivo na infância, influenciado principalmente pelo consumo de leite de vaca adicionado à farinha de cereais e açúcar, suco de frutas, sobremesas cremosas e bebidas açucaradas. A pesquisa destaca a importância de intervenções alimentares precoces para promover escolhas alimentares mais saudáveis e prevenir o ganho excessivo de peso na infância.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima