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Este artigo explora as tensões ideológicas entre a psicanálise e a psiquiatria soviética durante a Guerra Fria, focando especialmente nos debates e nas narrativas dissidentes surgidas na Iugoslávia. A pesquisa analisa como a psicanálise, considerada uma ideologia burguesa pela psiquiatria soviética, enfrentou resistência na União Soviética e em outros países socialistas. A repressão, no entanto, não se limitava ao bloco oriental; a psicanálise também sofria críticas severas de psiquiatras do Ocidente, evidenciando um debate complexo que transcende a simples dicotomização entre os dois blocos.
O estudo se aprofunda na análise do artigo “Freudism – A Reactionary Manifestation of Bourgeois Ideology” (1958), de D. Fedotov, para entender a perspectiva soviética. Além disso, investiga descobertas recentes sobre a psicanálise iugoslava entre as décadas de 1960 e 1980, mostrando como alguns psicanalistas e psiquiatras do Leste Europeu se posicionaram em discordância com as abordagens pavlovianas impostas pelo regime soviético. Essa perspectiva histórica global permite uma compreensão mais rica das complexidades ideológicas e práticas da saúde mental durante este período conturbado.
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