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A fadiga é um sintoma frequente em indivíduos com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), mas sua avaliação costuma ser deficiente. A Escala de Avaliação Funcional da Terapia para Doenças Crônicas – Fadiga (FACIT-F) é um dos principais instrumentos para medir a fadiga, porém, ainda não havia sido validada para a população brasileira com DPOC. Um estudo investigou a validade da escala FACIT-F em indivíduos brasileiros com essa condição. Utilizando um estudo transversal, avaliou-se o impacto de sintomas (Teste de Avaliação da DPOC – CAT), dispneia (escala modificada do Conselho de Pesquisa Médica – MRC), capacidade funcional (teste de caminhada de seis minutos – 6MST), fadiga por esforço (escala modificada de Borg ao final do 6MST) e a escala FACIT-F para avaliar a fadiga multidimensional.
A validade concorrente foi avaliada associando a FACIT-F com o CAT, e a validade convergente associando-a ao número de passos, fadiga percebida por esforço e dispneia. A validade discriminante foi avaliada comparando a fadiga com os estratos de gravidade da dispneia. No total, 92 participantes foram estudados (69,9 ± 8,8 anos, FEV1: 48,4% do previsto). A FACIT-F apresentou uma média de 30,1 ± 10,9 pontos, forte validade concorrente com o CAT (r = -0,80), forte validade convergente com dispneia (r = -0,66), e baixa com capacidade de exercício (r = 0,40) e fadiga ao esforço (r = -0,44). A FACIT-F foi eficaz na discriminação de grupos com diferentes intensidades de dispneia. Concluiu-se que a FACIT-F é uma ferramenta válida para avaliar a fadiga na população brasileira com DPOC.
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