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Este artigo discute a epistemologia ch’ixi, proposta pela intelectual indígena boliviana Silvia Rivera Cusicanqui, como base para uma abordagem feminista na pesquisa em psicologia social. A epistemologia ch’ixi é compreendida como uma ética que busca reconectar a ciência com o corpo, os afetos, sonhos e imaginários, propondo uma metodologia de pesquisa que integra o pensamento racional com a experiência emocional e corporal. A pesquisa, portanto, passa a ser conduzida a partir de um lugar onde se pensa com o coração e com a memória, considerando a memória coletiva, composta por uma memória longa e uma memória curta.
A proposta de uma epistemologia de corpo inteiro une o pensamento com a ação prática, incorporando as histórias e experiências vividas. A memória, vista como resíduo e lampejo, torna-se fundamental, relacionando-se com uma política de escrita contra-hegemônica, construída a partir de camadas de estilhaços, rastros e vestígios. Essa perspectiva não se limita às violências coloniais, mas também se volta para o subversivo e incendiário, com o intuito de descolonizar o pensamento. Essa abordagem busca incorporar múltiplas perspectivas, desafiando os paradigmas tradicionais e abrindo espaço para narrativas e interpretações mais inclusivas e representativas.
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