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Este estudo investiga as implicações do trauma, considerando o contexto da pandemia de Covid-19, a partir de narrativas de adolescentes participantes de um projeto. A pesquisa, de natureza psicanalítica, envolveu 26 adolescentes divididos em dois grupos, submetidos a quatro encontros de entrevistas. As experiências relatadas demonstraram um encurtamento das experiências vividas, um achatamento do tempo psíquico e dificuldades na elaboração emocional, resultando em sentimentos de paralisia e inibição, dificuldades em projetar o futuro e em vivenciar plenamente a adolescência.
Os encontros foram percebidos pelos adolescentes como uma oportunidade para se expressarem, oferecendo um espaço de escuta e permitindo a construção de saídas simbólicas para lidar com a experiência imobilizante do trauma. A escrita do Diário de Anne Frank serviu como inspiração para compreender como a escuta e o desejo podem contribuir para a formação da fala no processo analítico. A pesquisa destaca a importância de criar espaços de fala e abertura no trabalho com adolescentes, espaços gerados pelo desejo e pela oferta de escuta, como ferramentas cruciais para auxiliar na elaboração do trauma e no desenvolvimento saudável durante a adolescência.
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