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Um estudo recente analisou as tentativas de suicídio em adolescentes atendidos em serviços de emergência antes e durante a pandemia de COVID-19. A pesquisa, de natureza transversal, retrospectiva e documental, examinou prontuários médicos de adolescentes tratados por tentativas de suicídio em dois hospitais de ensino em São Paulo. Os dados foram coletados do período pré-pandêmico (janeiro de 2015 a março de 2020) e do período pandêmico (março de 2020 a maio de 2023), caracterizando os adolescentes, os fatores de risco para tentativas de suicídio durante a pandemia e o tratamento recebido. Foram realizadas análises descritivas e inferenciais, incluindo testes de associação e análise de tendência, com um valor p < 0,05 considerado estatisticamente significativo.
O estudo incluiu dados de 140 tentativas de suicídio, sendo 54 durante a pandemia. A tendência nesses casos se manteve estável (p>0,05). Observou-se uma associação entre adolescentes que haviam concluído o ensino médio e os casos durante a pandemia, enquanto um diagnóstico prévio de transtorno mental se associou aos casos pré-pandêmicos. Houve um maior número de notificações de tentativas de suicídio ao sistema de vigilância epidemiológica brasileiro durante o período pandêmico (p<0,05). O sentimento de solidão foi o fator de risco mais prevalente durante a pandemia. Os resultados sugerem que, embora a pandemia de COVID-19 não tenha influenciado o número de casos de tentativas de suicídio em adolescentes, os casos durante esse período não apresentaram a mesma relação com diagnósticos prévios de transtornos mentais observada no período pré-pandêmico, indicando que outros fatores de risco podem ter estado envolvidos.
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