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Um estudo recente analisou os processos de responsabilização e culpabilização em projetos de melhoria urbana em assentamentos precários. A pesquisa, realizada por Martins, Assis, Lima-Silva, Spink e Massola, investigou as dinâmicas entre diferentes atores envolvidos, incluindo autoridades governamentais, técnicos, conselheiros e moradores. Utilizando notas de campo e análise qualitativa, indutiva e discursiva, os autores buscaram compreender como as atribuições de responsabilidade e culpa se manifestavam durante a implementação do projeto, que enfrentou atrasos e problemas.
Os resultados apontaram para o uso de diversas estratégias de evitação e atribuição de responsabilidade e culpa, revelando uma complexa teia de relações de poder. A pesquisa destacou como diferentes grupos, com base em seus posicionamentos e filiações institucionais e comunitárias, negociavam e disputavam a responsabilidade pelos sucessos e fracassos do projeto. A análise concluiu que a compreensão das atribuições de culpa e responsabilidade em contextos como este requer uma perspectiva discursiva que leve em consideração as diferentes narrativas e estratégias de poder em jogo. A complexidade da questão torna-se evidente na análise das interações e na maneira como a responsabilidade é atribuída ou desviada entre os diversos atores envolvidos.
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