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Um estudo transversal realizado em uma grande metrópole brasileira investigou o atendimento fisioterapêutico a indivíduos com histórico de acidente vascular cerebral (AVC) que residem na comunidade e são assistidos pela atenção primária à saúde. A pesquisa analisou prontuários médicos para identificar o tipo de cuidado oferecido por fisioterapeutas. Dos 100 indivíduos incluídos, 55% receberam assistência da equipe multidisciplinar de atenção primária e 44% receberam atendimento específico de fisioterapia. As abordagens fisioterapêuticas consistiram principalmente em orientações gerais (89%) e avaliações (75%). Apenas 45% dos indivíduos que receberam atendimento fisioterapêutico tiveram acompanhamento contínuo.
A análise comparativa entre os indivíduos que receberam e não receberam fisioterapia revelou que aqueles que receberam cuidados fisioterapêuticos apresentaram significativamente mais eventos de AVC e maiores níveis de incapacidade (p<0.001). O estudo destaca que muitos indivíduos com diferentes níveis de incapacidade não receberam assistência fisioterapêutica. Além disso, o acompanhamento contínuo e as encaminhamentos para outros especialistas não foram abordagens fisioterapêuticas frequentes. Os resultados apontam para a necessidade de expandir o acesso aos cuidados fisioterapêuticos na atenção primária para garantir que todos os indivíduos com algum grau de incapacidade após AVC recebam tratamento adequado, aumentar o número de indivíduos com acompanhamento contínuo e incentivar o trabalho multidisciplinar entre fisioterapeutas e outros profissionais de saúde.
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