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Um estudo observacional transversal, realizado entre julho e setembro de 2020, investigou os fatores contextuais associados à qualidade de vida (QV) de crianças brasileiras de 0 a 12 anos durante o período de isolamento social rígido imposto pela pandemia de COVID-19. A pesquisa utilizou questionários online sobre fatores familiares relacionados à QV e o Inventário Pediátrico de Qualidade de Vida (PedsQL™). A amostra incluiu 849 crianças, majoritariamente da região Sul do Brasil (75%), brancas (83%), com desenvolvimento típico (79%), sedentárias (68%) e com uso de telas por mais de 3 horas por dia (44%). Em 90% dos casos, as mães eram as principais cuidadoras.
A análise por meio de regressão logística multinomial revelou associações significativas entre alta QV e algumas variáveis. Um bom estado de saúde (OR 2,38; IC 95% 1,60-3,55), tempo de tela menor ou igual a 2 horas por dia (OR 1,62; IC 95% 1,17-2,24), consideração do distanciamento social como “fácil” (OR 1,67; IC 95% 1,20-2,32) e a estimulação da criança pela família (OR 1,93; IC 95% 1,08-3,45) foram fatores relevantes. Os resultados sugerem que o contexto familiar exerce influência significativa na QV das crianças, especialmente em momentos de reorganização do ambiente doméstico como o vivenciado durante a pandemia.
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