“
A colonialidade, como conceituada por Anibal Quijano e apropriada por autoras feministas latino-americanas e do feminismo negro interseccional, consiste na aplicação em larga escala de um projeto colonial com pretensões universalistas. Esse projeto utiliza o racismo e o patriarcado para legitimar e produzir vidas para o capitalismo. A Psicologia brasileira, estruturada sob esse formato, produz e reproduz esse projeto universalista em suas proposições. Este artigo destaca a importância de incorporar as contribuições de Cida Bento e Lélia Gonzalez, pensadoras que, há décadas, produzem conceitos relevantes nas ciências humanas, mas que são pouco lembradas nos cursos de Psicologia.
A introdução dos saberes produzidos pelo pensamento negro é crucial para a construção de uma Psicologia racializada e descolonizada. Uma psicologia que seja sensível ao seu próprio fazer, utilizando conceitos desenvolvidos na realidade brasileira, como os estudos sobre “branquitude” e a “dinâmica do racismo e do sexismo à brasileira”. Através da análise crítica da Psicologia sob a lente da colonialidade, busca-se construir um campo de conhecimento mais justo e representativo da diversidade brasileira, valorizando as vozes e experiências de grupos historicamente marginalizados.
“