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Um estudo piloto investigou o papel do pediatra na detecção precoce e no encaminhamento de crianças com transtornos de aprendizagem. A pesquisa destacou a importância da atuação pediátrica na identificação dessas dificuldades, que podem levar a consequências significativas na vida escolar, social e profissional dos indivíduos. O protocolo utilizado incluiu anamnese detalhada com os pais, avaliações de visão e audição (incluindo testes de processamento auditivo central), e testes padronizados para avaliar as habilidades de leitura, escrita e matemática. Além disso, o protocolo previa encaminhamento a outros especialistas, como fonoaudiólogos, oftalmologistas, otorrinolaringologistas, psiquiatras, psicólogos e neurologistas, conforme necessário.
Em um ano, 15 pacientes foram avaliados, com idade média de 10,3 anos. A maioria (80%) era do sexo masculino. O estudo identificou deficiência visual em 35,7% dos pacientes e comprometimento do processamento auditivo central em 100%. Nas habilidades de leitura e escrita, sete crianças apresentaram desempenho abaixo da média e duas, desempenho dentro da média. Em matemática, cinco tiveram desempenho abaixo da média, uma na média e uma acima da média. Seis crianças eram consideradas analfabetas e apresentavam suspeita de transtornos como autismo, TDAH, transtorno desafiador de oposição, deficiência intelectual ou coeficiente intelectual limítrofe. Os resultados sugerem a eficácia de um protocolo específico para identificar comprometimentos sensoriais e condições psicológicas e psiquiátricas associadas aos transtornos de aprendizagem, permitindo um diagnóstico e encaminhamento para tratamento mais eficaz. Estudos com populações maiores e grupo de controle são necessários para validar o protocolo.
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