“O Hospício como um Cemitério: Reflexões sobre a Necropolítica Brasileira”

Este artigo aborda a preocupante Contrarreforma Psiquiátrica no Brasil e sua relação com a morte dentro dos hospícios. Utilizando a cartografia como abordagem teórico-metodológica, o estudo se baseia em relatos de pessoas internadas em hospitais psiquiátricos nos séculos XX e XXI. A análise considera as dimensões de gênero, raça e classe, integrando-as à experiência vivida. A pesquisa demonstra como a cultura manicomial se articula com a morte, manifestando-se na desvalorização da vida, suicídio, assassinatos, abuso de eletrochoques e medicamentos, abandono, cronificação e silenciamento dos pacientes.

Através dos relatos, o hospício se configura como parte da necropolítica brasileira. A análise demonstra como o retorno do fortalecimento dos hospícios exige uma ação efetiva, inspirando-se no Movimento Antimanicomial, para a construção de uma sociedade isenta de manicômios. O estudo destaca a importância de se compreender as múltiplas formas de violência e negligência presentes nos hospícios, evidenciando a urgência de transformações profundas no sistema de saúde mental para garantir o respeito à vida e a dignidade das pessoas com sofrimento psíquico. A pesquisa ressalta a necessidade de avançar em políticas públicas que promovam a saúde mental com respeito e inclusão social, em contraponto à lógica excludente e danosa dos hospícios.

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