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O Desamparo em Freud e a Política como Ruptura dos Possíveis
Este trabalho analisa o conceito de desamparo na perspectiva da metapsicologia freudiana e suas implicações para a compreensão da política. O desamparo não é visto apenas como a vulnerabilidade inerente ao recém-nascido, mas também como a incapacidade de resposta a estímulos internos. Essa perspectiva é radicalizada pela concepção freudiana da pulsão de morte, que gera processos de desabamento, ruptura, desligamento e despossessão, elementos cruciais para a complexificação da própria vida.
O estudo propõe o desamparo como um afeto político fundamental para a transformação. A partir do desabamento de si e da abertura radical ao contato com o outro, é possível experimentar novas formas de experiência e afetação, contribuindo para a construção de corpos políticos que impulsionam uma transformação política radical. A pulsão de morte, longe de ser meramente destrutiva, é apresentada como um motor para a mudança e a busca por novas formas de organização social e política, evidenciando a relação intrínseca entre processos psíquicos individuais e transformações sociais amplas. A vulnerabilidade inerente ao desamparo se torna, assim, um ponto de partida para a ação política transformadora.
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