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Este artigo discute a complexa noção de “branco verdadeiro” e as hierarquias internas à própria branquitude no contexto brasileiro, analisando sua construção histórica e suas implicações sociais. A ideia de um “branco verdadeiro”, enraizada na ideologia do embranquecimento, permeia tanto as discussões acadêmicas quanto as manifestações midiáticas e artísticas, inclusive aquelas que se posicionam criticamente. A análise se baseia em uma cena específica do filme Bacurau e em postagens de redes sociais, buscando entender como a branquitude se narra e se percebe no Brasil.
O estudo conecta essas narrativas ao mito da democracia racial e à ideia de miscigenação, prevalecentes no país, inclusive em setores progressistas. Conclui-se que a presunção da inexistência de “brancos verdadeiros” no Brasil contribui para a isenção de responsabilidade da população branca em relação às desigualdades raciais. Essa percepção pode, inclusive, descredibilizar debates sobre redistribuição antirracista de recursos e oportunidades, prejudicando a busca por justiça social e equidade.
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