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Um estudo qualitativo investigou as percepções de ribeirinhos amazonenses sobre a Covid-19, entrevistando 12 adultos infectados durante a primeira onda da pandemia. A pesquisa utilizou questionários sociodemográficos e de saúde, entrevistas semiestruturadas e observação participante, analisando os dados por meio da análise de conteúdo. Foram identificadas três categorias principais: compreensão da Covid-19, impactos na saúde física e emocional, e os efeitos da pandemia nos modos de vida ribeirinhos.
As compreensões sobre o vírus eram influenciadas pelos meios de comunicação e conhecimentos culturais locais. A falta de conectividade nas comunidades representou um obstáculo significativo. Em relação à saúde, o medo foi a emoção mais relatada, com a política de sepultamento impactando diretamente a experiência do luto. O isolamento social (lockdown) afetou a renda, o acesso a alimentos e a educação das crianças, mostrando como as desigualdades existentes foram agravadas pela pandemia. A pesquisa destaca a importância de se considerar as singularidades socioculturais e as percepções dessas populações para o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes e direcionadas às suas necessidades.
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