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Um estudo analisou as características epidemiológicas de pacientes pediátricos com doença falciforme (DF) e avaliou o uso de plantas medicinais nesses pacientes, concomitantemente ao tratamento medicamentoso. A pesquisa revisou prontuários médicos de pacientes pediátricos em uma instituição pública de atendimento terciário. O critério de seleção foi ser criança ou adolescente com DF em acompanhamento pediátrico nessa clínica ambulatorial. Nos prontuários dos pacientes selecionados, foram pesquisados registros do uso de plantas para fins medicinais.
Ao todo, foram revisados 154 prontuários (100% do total de pacientes ativos acompanhados nessa clínica): 99 crianças e 55 adolescentes. O genótipo predominante foi SS (58,4%), seguido de SC (29,2%). O uso de pelo menos um medicamento para DF foi relatado em 95,5% dos prontuários. O uso de plantas medicinais foi relatado por 70,1% dos pacientes, com 276 citações nos prontuários referindo-se a 64 tipos diferentes de plantas. Seis plantas foram utilizadas para o tratamento da DF, sendo a principal a Ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata). O uso de plantas medicinais foi relatado para sintomas gripais e/ou COVID-19 (tanto para prevenção quanto para tratamento) por 60,5% das citações, com 35 plantas diferentes relatadas para esse uso, exclusiva ou não. Esse uso foi seguido por sintomas de dor (14,2% das citações). A maioria dos pacientes utilizou tanto a medicina convencional quanto a tradicional/complementar/alternativa, destacando a necessidade de mais estudos na área, com foco especial na segurança do paciente.
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