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Este estudo analisa as experiências de estudantes negras em universidades brasileiras, focando em como as políticas de ações afirmativas impactam suas subjetividades. A pesquisa utilizou a metodologia das narrativas memorialísticas, por meio de entrevistas com duas estudantes, explorando a interação delas com eventos de suas vidas e os efeitos desses eventos em suas dimensões social e psíquica. A abordagem teórica integra a Psicanálise e a Psicologia Social para compreender a construção da identidade e o enfrentamento ao racismo.
A análise das narrativas revelou como as estudantes constroem posicionamentos que as ajudam a lidar com o racismo estrutural. Um ponto crucial foi a importância das relações de ancestralidade como ferramenta potente para o enfrentamento do racismo e na construção de uma autodefinição fortalecida. O acesso ao conhecimento acadêmico, proporcionado pelas políticas afirmativas, legitima o conhecimento originário e contribui positivamente para minimizar o sofrimento psíquico gerado pelo mal-estar colonial. A pesquisa destaca a resiliência e a força das estudantes negras diante dos desafios do racismo sistemático, enfatizando o papel fundamental da ancestralidade na formação de sua identidade e na busca por justiça social.
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