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Um estudo transversal realizado em dez maternidades públicas de Fortaleza, Ceará, Brasil, analisou 469 casos de recém-nascidos com sífilis congênita em 2015. O objetivo era analisar os fatores de risco (maternos, obstétricos e demográficos) associados à sífilis congênita e as características clínicas dos recém-nascidos. Dos casos analisados, 199 (42,4%) apresentaram algum sinal ou sintoma sugestivo de sífilis congênita. Entre esses, uma alta prevalência de prematuridade (32,7%), baixo peso ao nascer (43,7%), icterícia necessitando fototerapia (58,3%), hepatomegalia (6,5%), lesões de pele (5%), esplenomegalia (4%) e pseudoparalisia de membros (0,5%) foi observada. Outras alterações clínicas foram identificadas em 7,7% das crianças.
A análise apontou que crianças cujas mães não foram tratadas ou receberam medicamentos diferentes da penicilina, e aquelas cujas mães apresentaram títulos de VDRL ≥ 1:16 ao nascimento, tinham 3,7 e 3,2 vezes mais probabilidade, respectivamente, de nascer com sinais de sífilis congênita (p < 0,001 – IC 95% 2,41-5,58; p < 0,001 – IC 95% 2,41-5,58). Os resultados reforçam a importância da melhoria da qualidade do pré-natal e do desenvolvimento de estudos para encontrar medicamentos alternativos para o tratamento da sífilis em gestantes e prevenção da sífilis congênita. A pesquisa destaca a necessidade de atenção aos cuidados pré-natais e a busca por alternativas terapêuticas para reduzir a incidência dessa doença.
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