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Um estudo multicêntrico brasileiro, realizado em 12 Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTINs), analisou a associação entre o tipo de alimentação na alta hospitalar e o estado nutricional de bebês brasileiros extremamente prematuros. Foram estudados 4062 bebês sobreviventes, nascidos com menos de 32 semanas de gestação e menos de 1500g entre janeiro de 2012 e dezembro de 2020. A idade gestacional média ao nascimento foi de 29,3 semanas, e o peso médio ao nascimento foi de 1136g. O tipo de alimentação na alta hospitalar foi classificado como leite materno exclusivo (22%), fórmula exclusiva (16%) ou misto (62%). Os resultados mostraram que o tamanho dos bebês (peso e circunferência da cabeça) estavam substancialmente abaixo dos valores de referência para todas as dietas.
A análise utilizou regressão linear para estimar as associações ajustadas entre o tipo de dieta e o tamanho do bebê, de forma geral e estratificada por categoria de crescimento fetal (pequeno versus adequado para a idade gestacional). Bebês alimentados com leite materno exclusivo e dietas mistas apresentaram pesos e circunferências cefálicas menores na alta hospitalar em comparação com os bebês alimentados exclusivamente com fórmula. Os autores concluíram que, apesar do alto uso de leite materno, existem lacunas na entrega de nutrientes entre bebês extremamente prematuros hospitalizados no Brasil, com pouca evidência de melhora ao longo do tempo. O estudo destaca a necessidade de estratégias para otimizar a nutrição desses bebês, considerando as diferentes necessidades de acordo com o perfil de cada recém-nascido.
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