Saúde Desvendada

Um estudo recente investigou a eficácia do uso de coletes para o tratamento da escoliose idiopática em adolescentes diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A escoliose idiopática é uma curvatura anormal da coluna vertebral que surge durante o período de crescimento, e o tratamento com colete é frequentemente recomendado para evitar a progressão da curva e a necessidade de cirurgia.

A pesquisa comparou um grupo de adolescentes com TEA e escoliose idiopática com um grupo de controle sem TEA, avaliando a progressão da curvatura da coluna, a adesão ao uso do colete e os resultados relatados pelos pacientes. Os resultados indicaram que adolescentes com TEA apresentaram uma probabilidade três vezes maior de progressão da escoliose para o ponto em que a cirurgia seria considerada. Além disso, observou-se maior dificuldade na adesão ao tratamento com colete, bem como mais problemas relacionados ao uso do dispositivo, como irritações na pele ou desconforto. A não adesão ao tratamento e a maior magnitude inicial da curva foram fatores que aumentaram significativamente as chances de progressão para a necessidade de intervenção cirúrgica.

Apesar dos desafios, é importante ressaltar que 60% dos pacientes com TEA evitaram a progressão para o limiar cirúrgico com o uso do colete. Adicionalmente, dentro do grupo com TEA, houve melhorias significativas nas pontuações de autoimagem, manejo e pontuação total avaliadas pelo questionário SRS-22r (Scoliosis Research Society-22 revised), indicando um impacto positivo na qualidade de vida. O estudo conclui que o tratamento com colete continua sendo uma opção viável para pacientes com TEA e escoliose idiopática, mas que requer uma abordagem individualizada, com acompanhamento mais próximo e estratégias para melhorar a tolerância e a adesão ao uso do colete. Futuros estudos devem se concentrar em otimizar a experiência do paciente e aumentar a eficácia do tratamento nesta população específica.

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