Lesões nos Músculos Posteriores da Coxa: Déficits Neuromusculares Persistem Após a Recuperação?
As lesões nos músculos posteriores da coxa, também conhecidas como isquiotibiais, são frequentes em esportes como o futebol, impactando significativamente o desempenho dos atletas. Uma pesquisa recente investigou se, mesmo após a reabilitação e o retorno ao esporte, persistiriam déficits neuromusculares nesses músculos e em outros da cadeia posterior.
O estudo comparou jogadores de futebol com histórico de lesão nos isquiotibiais a um grupo controle saudável, avaliando a ativação muscular durante três exercícios funcionais: o Nordic Hamstring Curl (NHC), o Kettlebell Swing (KS) e o Sliding Single-Leg Curl (SSLC). Através da eletromiografia (EMG), foi possível medir a atividade do bíceps femoral (BF), glúteo máximo (GM), latíssimo do dorso (LD) e iliocostal lombar (IL) durante a execução dos movimentos. Os resultados indicaram que os atletas lesionados apresentaram uma ativação muscular significativamente menor em todos os exercícios, especialmente no bíceps femoral e glúteo máximo, durante os exercícios dominantes do quadril.
Essa menor ativação não se restringiu apenas aos isquiotibiais, mas também se estendeu aos músculos do tronco, como o latíssimo do dorso e o iliocostal lombar, sugerindo uma inibição neuromuscular mais ampla. A pesquisa enfatiza a importância de incluir exercícios multiarticulares na reabilitação, visando fortalecer toda a cadeia posterior e minimizar o risco de futuras lesões. A reabilitação deve se concentrar não apenas na restauração da força e flexibilidade, mas também na otimização dos padrões de ativação muscular para garantir um retorno seguro e eficaz ao esporte.
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