Saúde Desvendada

Um estudo transversal realizado na Espanha investigou a influência do nível de desenvolvimento emocional (DE) em transtornos neuropsiquiátricos e comportamentos problemáticos (CP) em adultos com deficiência intelectual. A pesquisa, que avaliou 192 participantes com deficiência intelectual e transtornos psiquiátricos, revelou uma relação significativa entre o nível de DE e o grau de deficiência intelectual, bem como com a severidade dos CP e alguns tipos de transtornos neuropsiquiátricos e do neurodesenvolvimento.

Os resultados indicaram que o nível de desenvolvimento emocional pode ser um fator chave na severidade dos comportamentos problemáticos e na presença de certos transtornos psiquiátricos em indivíduos com deficiência intelectual. O estudo destaca a importância de considerar a discrepância entre o desenvolvimento emocional e cognitivo, uma característica comum em pessoas com deficiência intelectual, e como essa disparidade pode influenciar a manifestação de problemas de saúde mental e comportamentais. Em um modelo de regressão, 61% da variação na variável global de desenvolvimento emocional foi explicada pelas variáveis: Deficiência intelectual leve a moderada e grave, deficiência intelectual leve e moderada-grave, comportamento problemático, transtorno do espectro autista (TEA) e comportamento adaptativo.

A pesquisa ressalta a necessidade de uma abordagem multidisciplinar no cuidado de pessoas com deficiência intelectual, que inclua a avaliação e o suporte ao desenvolvimento emocional, além do tratamento dos transtornos psiquiátricos. Compreender a complexa interação entre o desenvolvimento emocional, a capacidade cognitiva e os transtornos mentais é crucial para oferecer intervenções mais eficazes e melhorar a qualidade de vida desses indivíduos. O estudo oferece *insights* valiosos sobre a importância do desenvolvimento emocional na saúde mental de pessoas com deficiência intelectual, incentivando mais pesquisas e práticas clínicas voltadas para essa área.

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