Saúde Desvendada

Seu local de informações de saúde

O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição complexa do neurodesenvolvimento, influenciada tanto por fatores genéticos quanto ambientais. Uma pesquisa recente investigou o papel de uma mutação no transportador de dopamina (DAT T356M) e seus efeitos no comportamento, com resultados surpreendentes em relação às diferenças entre os sexos.

Estudos anteriores identificaram que a mutação DAT T356M, quando presente em ambas as cópias do gene (homozigose), causa alterações comportamentais significativas em camundongos. No entanto, como a genética humana complexa frequentemente se manifesta como mutações heterozigotas (em apenas uma cópia do gene), os pesquisadores decidiram analisar camundongos com essa característica. Os resultados revelaram que tanto machos quanto fêmeas com a mutação heterozigota apresentaram hiperatividade, mas com uma intensidade menor do que a observada nos animais homozigotos. A habituação a novos ambientes, no entanto, permaneceu normal.

O estudo também encontrou alterações comportamentais específicas para cada sexo. Camundongos machos heterozigotos demonstraram maior propensão a comportamentos repetitivos e dificuldades no aprendizado espacial, avaliados através do labirinto de Barnes. Por outro lado, a capacidade de filtrar estímulos sensoriais (medida pela inibição prepulse da resposta de sobressalto) não sofreu grandes alterações em ambos os sexos. Interessantemente, o desempenho motor no teste do rotarod apresentou efeitos opostos: machos tiveram um tempo menor até a queda, indicando menor desempenho, enquanto fêmeas demonstraram um tempo maior, sugerindo um melhor desempenho. Esses achados ressaltam que mesmo uma única cópia da variante DAT T356M pode afetar o comportamento de maneira distinta em machos e fêmeas, abrindo novas perspectivas para a compreensão do TEA e a busca por intervenções mais direcionadas. A identificação desses fenótipos intermediários torna esses camundongos um modelo promissor para futuras investigações sobre a interação entre fatores ambientais e suscetibilidade genética no desenvolvimento de comportamentos relacionados ao autismo, especialmente no contexto da disfunção dopaminérgica.

Origem: Link

Deixe comentário